Era um dia frio, mas não aqueles dias habituais, em que os pés ou as mãos congelam, era um frio interno, daqueles que congelam a alma, que te deixa em um estado de inércia, sem saber se é o clima que te faz isso, ou se é você que se afasta do mundo, pra viver sua própria solidão, causada por esse frio intenso, igual ás chuvas, que deixa uma marca de tristeza, que molha as ruas ,as casas, as pessoas, as vidas.Pra algumas pessoas é lavagem de alma, mas pra outras ,cai aquela lama, que deixa tudo impregnado de folhas, de tudo aquilo que foi deixado pra trás, por alguém que não se deteve ao espalhar tudo pelo chão, que não lembrou que entupiria o bueiro de alguém, ou que daria trabalho pra limpar toda essa poeira que foi acalmada pela chuva, que deixou rastros e frio, muito frio, muito vento, muita ausência,que não se sabe de quê ou de quem, ou de qual, ou ao menos quando.E fica aquele vazio, de quando não se espera visita, porque tudo ficou inundado, e não há mais passagem, nem de ida e nem de volta, e você se prende a mais nada, sabendo que o nada não existe, mas é tudo que te resta, o nada.E você chega a viciar em estar nesse frio, que se esquece que o calor é bom, que ele te faz mais companhia que os dias de conversas inúteis e aparentemente confortantes, mas que no fim não passam de retórica, que te acalma momentaneamente, e depois retorna ao vazio inicial, e quando enfim passa esses dias, você descobre que era verão, que nunca tinha deixado de ser, e era só você que tinha congelado, parado no tempo, na alma, na chuva, no frio, mesmo fazendo calor, era essa a sensação que tinha, que nem o sol mais escaldante das três horas da tarde do dia mais quente não me faria sentir de volta a sensação de companhia em dias de sol, que aquele dia teria contínuas provocações, de sensações, de frio.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Abre aspas,fecha aspas
Descubro todo dia um novo começo
Descubro que vou mais além,
quando acho que meus medos me limita,
vejo que ultrapasso todos, e é bem real
mais palpável do que pensava, mais próximo do que queria
mas quanto mais avanço, mais percebo que avançar sozinha é quase inútil
que nessa imensidão de querer, o meu é so mais um,
a única forma de ver que não estou por completa errada
é saber que ao menos tentei, que não dormi com vontade
de dizer coisas, de fazer coisas, e que so posso me arrepender das coisas que nao faço
a questão não é ser correspondida, é ter coragem suficiente de assumir o que eu sinto
o que não é visto por aí, posso passar por aqui como nada modesta, não importa
não quero ser vista, nem notada, quero ser sentida, amada, com a mesma intensidade
que sinto essas coisas indecifráveis, que não quero nunca achar as respostas
pois essa seria a chave que abriria a porta do meu tedio, dos longos dias sem descobertas
essas que desvendo a cada conversa, a cada metáfora, a cada sinceridade
só você, mais ninguem vai entender, ou talvez nem você entenda.
AUTOR DESCONHECIDO
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