quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Nós, todo verbo será conjugado no passado
No que não podemos mais suportar
essa coisa de esperar
um futuro quase nobre e sincero
como de quem aguarda um doce dia
muito parecido com aquele que nos conhecemos
mas não tão proximo para não nos impregnar de lembranças
Lembranças sem dor, lembrança com cicatriz
que so deixa a marca, mas se tocar não doi
É essa que eu desejo
e o vazio vai se enchendo de uma nova coisa, não mais parecida com esperança
Mas como algo que já nao aguardo mais
Como mais um ano que vai embora, novas e incríveis experiências, que me ensinarão a sonhar mais ainda, e cair
Sempre, ossos do ofício de quem decide viver até morrer

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Hoje conversando eu disse:
Sabe, tenho sérios problemas com minhas lembranças!
Perguntaram-me porque , se era perca de memória ou algo do tipo
e eu respondi: - Não, pelo contrário, é que eu não consigo apagá-las
Mais tarde pensei, só de pensar em apaga-las já é lembrar
Agora penso em como não lembrar de tentar não lembrar
As vezes torna-se complicado definir o que é passado e o que deveria ter passado mas não passou
Penso e me confundo tanto, entre lembranças boas e memórias ruins
Os conflitos internos são piores, de fato, gastar energia tentando esquecer e proibir de pensar em certas coisas
Eis a vontade de secar, um copo, uma lágrima, um soluço

O choro e o gozo

O choro e o gozo andam juntos
podem parecer distantes, mas andam de mãos dadas
O choro sem o gozo é uma dor sem prazer
Já o gozo sem o choro é um prazer sem emoção
O gozo com o choro dura mais que o normal
O choro sem o gozo transforma-se em monotonia
O choro e o gozo faz um par perfeito
um traduz e entende o outro
O gozo solitário soa quase falso
já com o choro é uma emoção desprovida de pudores
O choro sem o gozo é insoso
Chorar e gozar
duas coisas que não precisa ter pressa nem hora pra começar e nem pra acabar

sábado, 11 de dezembro de 2010

Sono, vontade enorme de dormir e apagar da mente tudo o que vai mal
Todas as noites mal dormidas em que eu nao cochilava com medo de ser sufocada
Mas cada dia parece ser uma vitória
e cada dia sem te ver é uma satisfação maior ainda
Perceber que a cada dia estamos em uma distancia inter-planetária me faz acalmar-me
O projeto de nunca mais ter de te ver também
Pela primeira vez na vida ir embora faz sentido
Não ter mais nada para se esperar a não ser seguir em frente
Eu quero esquecer qualquer resquícios de sua presença em minha vida
Qualquer marca ou cicatriz
Quero um sorriso manchado de baton e não de lagrimas

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Entre os versos esparramos em minha cabeça, apos longos dias
sem saciar essa sede, esse vicio incompatível com a sociedade profanadora dos nomes de grandes poetas
Onde os amores se perdem em telefonemas de horas à fio, contando tudo o que foi mal, todo o seu dia
Contar segredos, ou ficar calado no colo
Sentir a pele quente, a boca adormecida
a mão estendida
o arroz dividido
as lágrimas encontrando a boca, o sal amargo
a própria vidas as vezes azedas, por vezes levemente adociçada
e eu lentamente, me deixando ser levada por essas ondas
até não saber o caminho de volta, eu não
nao quero saber

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

é tão estranho
conhecer alguém tão bem,
todos seus segredos,
seus medos,
suas ânsias
e entregar a alguém,
Depois como um tufão
um adeus mal dado
somos completos desconhecidos e perdidos nessa lacuna
saudades do tempo em que não te conhecia
assim eu não lembraria que podia contar com você
pra te dizer que minha vida mudou
que ela deu voltas de 360°
que as cores andam se misturando
que sinto vontade de sumir
so pra você dizer que sente minha falta
mas não, você não está aqui
aceitar isso parar de cultuar esse amor
botar fim no que já está morto
e todos riem, porque rir da trajédia alheia parece agradável e delirante
como é agradável ver o olho vermelho inchado, dos outros.