segunda-feira, 30 de abril de 2012

"Gente coisa é outra fina"


MELODIA, Luis. Cuidando de Voce.


O seu amor estava escuro
Eu clareei, dei outro tom
E enfeitei com rosas claras, raras
Rara rima, raro rumo

Gente coisa é outra fina
Boas frutas, pães e vinhos
Seu olhar voa distante
Silenciando essa vontade em jazz, jazz, jazz

Desprenda seu corpo na minha vida
Dorme aqui comigo
Oh doçura, oh ternura, meu bibelô
Com meu coração na mão dividindo emoção

Agora sou o seu vigor
Eu lamparina, seu pavio
Tô com gás e tanto faz
Dorme aqui comigo meu amor, meu bibelô

Fica numa boa
Meu perfil nessa leoa



sexta-feira, 27 de abril de 2012

Aprecie o Silêncio


Palavras como violência
Quebram o silêncio
Vem destruindo

O meu mundinho
Doloroso para mim
Perfura através de mim
Você não consegue entender
Oh, minha garotinha

Tudo o que eu sempre quis
Tudo o que eu sempre precisei
Está aqui em meus braços
Palavras são bem
Desnecessárias
Elas podem só machucar

Promessas são feitas
Para serem quebradas
Emoções são intensas
Palavras são insignificantes
Os prazeres ficam
E a dor também
Palavras são sem sentido
E são esquecíveis

Aprecie o silêncio...

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quarta-feira, 25 de abril de 2012

"Só Deus sabe o quanto eu te amei"



"Só Deus sabe o quanto eu te amei"
Essas são as ultimas palavras de Juvenal Urbino para Fermina Daza ao cair da árvore, no romance "O amor nos tempos do cólera". Por não conseguir mensurar seu amor, concedeu a uma divindade,  por força de expressão, que lhe fizesse esse favor. Como Fermina Daza reencontra o amor através de Florentino Ariza e o interroga : Como alguém pode ser feliz por tantos anos, com tantas brigas, tantas desavenças, e não ter certeza se isso é amor?
Florentino Ariza com sua sensibilidade descomunal responde com outra pergunta
 - O que fazer com esse amor que ficou pra tras, sem dono?
As narrativas de Garcia Marquez possui uma sensibilidade delirante, que beira o simplório, o casual ao amor dramático, que suga muito a atenção do leitor. É complexo dar nome as coisas e querer que elas sigam ao pé da letra todo o seu conceito. Amor, tesão, sexo, paixão, ódio, tristeza, ciúmes são coisificados e ao mesmo tempo personificados, sendo negado o direito de ser uma estrutura da condição humana. O homem não consegue mais se seguir seus instintos sem nomear tudo. A condição é seguir o namoro, o casamento, como forma doutrinária e não como legitimação.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Plenos Pecados

A Editora Objetiva tem uma coleção muito bacana chamada "Plenos Pecados". Definida pela editora como "um convite à reflexão - e também ao prazer", a coleção Plenos Pecados conta com sete obras de sete autores consagrados (sendo cinco deles brasileiros, um argentino e um chileno). A proposta da coleção é analisar os pecados que fascinam e aprisionam os homens ao longo dos séculos, sob um ponto de vista libertador e contemporâneo. A série nos apresenta as questões: o que deles, dos pecados, permanece, como noção de ofensa e erro, em nosso imaginário? Que limites traçam, até onde nos desafiam? Como oscilar, sem culpa e medo, entre a condenação e a celebração do pecado?


Mal Secreto, de Zuenir Ventura (Inveja)
Xadrez, Truco e outras Guerras, de José Roberto Torero (Ira)
O Clube dos Anjos, de Luis Fernando Verissimo (Gula)
A Casa dos Budas Ditosos, de João Ubaldo Ribeiro (Luxúria)
Canoas e Marolas, de João Gilberto Noll (Preguiça)
Terapia, de Ariel Dorfman (Avareza)
Vôo da Rainha, de Tomás Eloy Martínez (Soberba)

Esses que estão em negrito são os que eu li, muito bacana a coleção, quem puder conferir irá se divertir bastante...e ...

domingo, 22 de abril de 2012

Os ciclos vitais do homem e da mulher


HOMEM
Nasce
Choraminga pra mamar no peito da mãe
Mija na cama
Cresce
Mija na tampa do vaso
Entra no cio (esse dura até o final de sua vida)
Namora
Choraminga pra mamar no peito da namorada
Trai
Choraminga pra voltar
Volta
Namora
Choraminga pra mamar no peito da namorada
Trai
Diz que é a primeira vez que traiu
Casa
Mija na tampa do vaso
Reproduz
Reproduz novamente
Trai
Paga pensão
Choraminga pra não pagar pensão
Continua Pagando pensão
Choraminga porque não pega mais ninguém
Pega uma novinha
Mija na tampa do vaso
A novinha leva o dinheiro dele
E morre.



MULHER
Nasce
Choraminga pra mamar no peito da mãe
Mija na cama
Choraminga pra não limpar a casa
Cria peitinhos
Menstrua
Namora
Conhece namorado que mamar nos peitinhos
Choraminga porque a mãe proibe
Perde a virgindade (mas nunca entra no cio)
Choraminga porque perdeu a virgindade
Namora
Trai
Choraminga porque perdeu o namorado
Namora
Trai
Reproduz
Choraminga porque ta grávida
Choraminga quando o bebe nasce
Choraminga porque o marido tá enchendo o saco
Choraminga porque a casa ta suja
Choraminga porque o marido ta traindo
Choraminga porque o marido não levanta a tampa do vaso pra mijar
Choraminga porque separa
Choraminga porque a pensão é pouca
Choraminga porque os filhos saíram de casa
Ri quando o ex-marido morre
Choraminga porque não vai ter mais ninguém pra explorar
Arranja outro
E morre de rir


quinta-feira, 19 de abril de 2012

A consciência crítica é irreversível

Talvez falar em "consciência crítica" seja redundante
Para iniciar, peguei uma rápida abordagem do que é consciência
"A consciência é uma qualidade da mente, considerando abranger qualificações tais como subjetividade, auto-consciência, sentiência, sapiência, e a capacidade de perceber a relação entre si e um ambiente." Retirado do dicionário de Ontopsicologia.
Agora vamos ver o significado de crítica. Segundo o dicionário Priberam da Lingua Portuguesa,
Crítica é:  "
1. Análise, feita com maior ou menor profundidade, de qualquer produção intelectual (de natureza artística, científica, literária, etc.). = APRECIAÇÃO
2. Capacidade de julgar."

Então, partindo dessas duas premissas, ter "consciencia crítica", é uma leitura de mundo a partir de um conhecimento adquirido no decorrer da vida, capacidade de julgar segundo nossos princípios e valores (cristãos ou não).
Tá Ívila, mas onde você quer chegar?
Uma vez que adquirimos uma certa criticidade (não no sentido "direita/esquerda", "bonzinho/malzinho",) mas em relação as contradições de nossa sociedade é que não conseguimos viver na subserviência pura e simples, viver mecanicamente, a vida não passa a ser meramente contemplativa, passamos a ser engajados na felicidade diária, de não se submeter mais de qualquer forma.

Experiência curricular? N Ã O
Experiência de vida? T A L V E Z

O que eu quero é seguir as recomendações do "Ministério do Trabalho DIGNO", de cumprir com minha função social para o qual eu me preparei durante esses 4 anos, intervindo como eu puder.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Fazenda Modelo, de Chico Buarque

Apesar das muitas críticas em relação ao Chico Buarque enquanto escritor, eu li apenas Fazenda Modelo e Leite Derramado, a minha única crítica é eu nao ter o conhecido pessoalmente. Aqui vai uma breve análise de Fazenda Modelo.

Francisco Buarque de Hollanda mais conhecido como Chico Buarque, é um músico,dramaturgo e escritor brasileiro.

Contexto Histórico
Transição entre o governo Médici para o governo de Geisel.Apesar de contar com os mecanismos de repressão, Geisel e Golbery desenvolve um projeto de abertura gradativa, em uma espécie de “acordo tácito”, que representaria uma volta ao Estado de Direito.Pretendia realizar a reconstitucionalização do regime, mas não exatamente a redemocratização do país.
Discurso Político em Fazenda Modelo

 A apreensão da realidade que encontra eco em Fazenda Modelo, afinal, é sistematizada e cognitiva; a humanização dos animais, por exemplo, é um artifício alegórico e como tal não deve ser prontamente relacionado ao não-cognitivo, já que provoca a articulação crítica entre o imaginário e o empírico.

O quadro imaginário apresentado em Fazenda Modelo pode ser chamado de distópico. Configura, afinal, um mundo onde as ordens vigentes buscam o próprio benefício e o fim dos conflitos sociais, por meio da extirpação da liberdade popular.Tal leitura da alegoria de Fazenda Modelo é natural. O título do romance já é bastante sugestivo: a fazenda é chamada de “Modelo” tanto por ser dissimuladamente apresentada como ideal, um exemplo a ser seguido por qualquer pecuarista, quanto por alegoricamente representar, em uma escala menor, o regime ditatorial e o cerceamento do indivíduo contemporâneos à escritura.





terça-feira, 10 de abril de 2012

A hora dos ruminantes - Jose J. Veiga



Conhecido como José J. Veiga, foi um escritor brasileiro, considerado um dos maiores autores em língua portuguesa do realismo fantástico.
 

Livro lançado em 1966, ano de governo de Castelo Branco
A realidade opressiva dificultava, ou até proibia, manifestações que pudessem sugerir a ideia de democracia e liberdade.Essas questões fizeram com que muitos escritores praticassem a chamada literatura engajada, que tentava, por meio de uma linguagem elaborada ou carregada de significados, denunciar a truculência das autoridades constituídas.

Veiga registra sutilmente sua crítica por meio da ironia à falta de preparo de quem encarnava o poder, para certas situações.
 (...) situa seus personagens num espaço rural, mas que acaba por ser um espaço alegórico que quer falar sempre da relação entre opressor e oprimido ou da possibilidade de viver a liberdade apenas no sonho (...). Seu fantástico, que começa leve, se adensa, avizinhando-se do absurdo (...) e, a par das reflexões de caráter existencial, parece ser a alegoria da sociedade brasileira dos anos de ditadura e opressão.


segunda-feira, 2 de abril de 2012

O coração tem mais quartos que uma pensão de putas.

É difícil explicar a barbárie humana em tempos tão efêmeros, em que tudo se dissolve a cada nova criação, a ciência já não consegue definir tudo e muito menos explicar tudo. A única que consegue sobreviver em meio ao caos é o sentimento pela arte, a angústia do artista em meio aos terrenos infertéis. Pensando nisso,lembrei dos 5 livros que devorei do Gabriel Garcia Marquez em um mês e meio. O primeiro que li foi o fabuloso Cem anos de solidão, logo após veio o Do amor e outros demônios, Crônicas de uma morte anunciada, O amor nos tempos do cólera e Memórias de minhas putas tristes.
Este último tem um brilhantismo sempre digno de Marquez.
Eu não queria cair no clichê, mas... ta aí um trecho

"O médico me deu um sorriso de lástima. Vejo que o senhor é um filósofo, disse ele. Foi a primeira vez que pensei na minha idade em termos de velhice, mas não tardei a esquecer o assunto. E me acostumei a despertar cada dia com uma dor diferente que ia mudando de lugar e forma, à medida que passavam os anos. Ás vezes parecia ser uma garrotada da morte e no dia seguinte esfumava. Nessa época ouvi dizer que o primeiro sintoma da velhice é quando a gente começa a se parecer com o próprio pai. Devo estar condenado à juventude eterna, pensei então, porque meu perfil eqüino não se parecerá jamais ao caribenho cru que era meu pai, nem ao romano imperial de minha mãe. A verdade é que as primeiras mudanças são tão lentas que mal se notam, e a gente continua se vendo por dentro como sempre foi, mas de fora os outros reparam.”