Brutal, insano, doentio e visceral, certamente são adjetivos usados por várias pessoas que assistiram ao terror audiovisual A Serbian Film.
Todos que empregarem esses adjetivos,
não serão sensacionalistas, pois o filme é, em relação às suas cenas,
visualmente terrível e impactante. Fui procurar o filme após ter lido
várias notícias sobre o festival de cinema fantástico RioFan, onde a Caixa Econômica Federal
vetou a exibição do longa, onde iniciou-se uma série de protestos e
discussões sobre a censura nos cinemas e festivais
brasileiros.Obviamente sou a favor da recomendação de faixa etária para o
público, mas completamente contra a qualquer forma de censura,
principalmente relacionada ao cinema.
A história do filme é sobre um ator pornô em fim de carreira, chamado Milos, que procura dinheiro fácil para manter seu filho e sua esposa. Ele é chamado por uma antiga amiga, que o apresenta para Vukmir, um produtor de filmes pornográficos que está disposto a pagar uma quantia exuberante pela atuação de Milos, com a condição de que ele só saiba da trama na hora das filmagens.
Quando o ator aceita a proposta e vai
até o lugar das filmagens, começam a aparecer os motivos pelos quais
tantos países e festivais proibiram o filme, são cenas extremas de
violência sexual, abuso de menores, necrofilia e entre outras
perversões.
O diretor Srdjan Spasojevic,
defende o filme ao falar que é uma crítica a toda violência e tristeza
que o povo sérvio sofre ao longo dos anos, ele alega que as cenas são
tão terríveis porque o filme não seria reconhecido se não fosse tão
chocante assim, não sei se precisava tanto extremismo para ilustrar uma
crítica a respeito do estado atual de seu povo.
Apesar de tantas cenas repulsivas, não
se pode negar o talento das técnicas usadas pelo diretor para despertar
tantos sentimentos perturbadores de forma tão realista. Percebe-se que o
som caminha no mesmo ritmo, com uma pegada underground, criando a
impressão de estarmos entrando num submundo. Tudo isso remete a um mundo
terrivelmente surrealista, de certa forma, em alguns aspectos, como o
chão xadrez, o vestido usado por uma determinada personagem, a fraca
iluminação, lembrando a viagem percorrida por Alice, no país das “maravilhas”.
A impressão é que o diretor tentou criar algo novo para o gênero do Horror (tanto
físico quanto psicológico) ao jogar na nossa cara várias imagens
repulsivas ao ponto de não nos importarmos mais com o roteiro, apenas
contemplarmos a viagem surreal que ele nos propõe, uma viagem bem
desagradável e repulsiva, ele ilustra essa vontade de inovar, ao nos
apresentar também uma fala desesperada de um dos personagens ao gritar “isso é um filme!”, parece que ele tenta engrandecer a sua obra.
fonte retirada de "cine masmorra"
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