domingo, 19 de fevereiro de 2012

Esse eu tenho de ver

Brutal, insano, doentio e visceral, certamente são adjetivos usados por várias pessoas que assistiram ao terror audiovisual A Serbian Film.
Todos que empregarem esses adjetivos, não serão sensacionalistas, pois o filme é, em relação às suas cenas, visualmente terrível e impactante. Fui procurar o filme após ter lido várias notícias sobre o festival de cinema fantástico RioFan, onde a Caixa Econômica Federal vetou a exibição do longa, onde iniciou-se uma série de protestos e discussões sobre a censura nos cinemas e festivais brasileiros.Obviamente sou a favor da recomendação de faixa etária para o público, mas completamente contra a qualquer forma de censura, principalmente relacionada ao cinema.
A história do filme é sobre um ator pornô em fim de carreira, chamado Milos, que procura dinheiro fácil para manter seu filho e sua esposa. Ele é chamado por uma antiga amiga, que o apresenta para Vukmir, um produtor de filmes pornográficos que está disposto a pagar uma quantia exuberante pela atuação de Milos, com a condição de que ele só saiba da trama na hora das filmagens.
Quando o ator aceita a proposta e vai até o lugar das filmagens, começam a aparecer os motivos pelos quais tantos países e festivais proibiram o filme, são cenas extremas de violência sexual, abuso de menores, necrofilia e entre outras perversões.
O diretor Srdjan Spasojevic, defende o filme ao falar que é uma crítica a toda violência e tristeza que o povo sérvio sofre ao longo dos anos, ele alega que as cenas são tão terríveis porque o filme não seria reconhecido se não fosse tão chocante assim, não sei se precisava tanto extremismo para ilustrar uma crítica a respeito do estado atual de seu povo.
Apesar de tantas cenas repulsivas, não se pode negar o talento das técnicas usadas pelo diretor para despertar tantos sentimentos perturbadores de forma tão realista. Percebe-se que o som caminha no mesmo ritmo, com uma pegada underground, criando a impressão de estarmos entrando num submundo. Tudo isso remete a um mundo terrivelmente surrealista, de certa forma, em alguns aspectos, como o chão xadrez, o vestido usado por uma determinada personagem, a fraca iluminação, lembrando a viagem percorrida por Alice, no país das “maravilhas”.
A impressão é que o diretor tentou criar algo novo para o gênero do Horror (tanto físico quanto psicológico) ao jogar na nossa cara várias imagens repulsivas ao ponto de não nos importarmos mais com o roteiro, apenas contemplarmos a viagem surreal que ele nos propõe, uma viagem bem desagradável e repulsiva, ele ilustra essa vontade de inovar, ao nos apresentar também uma fala desesperada de um dos personagens ao gritar “isso é um filme!”, parece que ele tenta engrandecer a sua obra.

 fonte retirada de "cine masmorra"


Nenhum comentário:

Postar um comentário