sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Parecia que era minha aquela solidão



Porque eu que tenho que partir?
Quem parte tem suas vantagens, novos caminhos, novas fronteiras.
Mas será que eu quero sentir o novo?
Porque quem parte deixa saudades, mas também se afoga nela
Deixa mil coisas pra trás, mil ausências, motivadas, desmotivadas.
Mas deixa também a dúvida, do que teria feito se tivesse ficado, porque ficar é diferente de voltar.
Voltar não tem sentido, não tem o mesmo gosto, a mesma sensação de nunca ter saído, de ter tentado, mas tentar sozinho é vão, é vazio, é sede , é vale, é falta, é ânsia.
E voltar de onde nunca se saiu é pior ainda, porque aí da mais vontade de entrar, de saborear como seria estar lá, como seria se sua ausência fosse notada, se você pensasse em abandonar, alguém diria ao menos: “Não vá, sentirei sua falta”, e mesmo que isso não fosse suficiente, você sentiu um breve tremor, de arrependimento, de medo, de orgulho, e ainda assim iria embora, mas a sensação seria outra, de lembrança, de cartas guardadas, de copos quebrados, de camas bagunçadas, de café sem açúcar, da manhã cinzenta, do vento da tarde, dos desentendimentos, e nessas horas até angústia faz falta, mas então depois de tudo isso, porque partir?
Não é vontade, é obrigação!

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