segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Extremos da paixão


"... Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira: compreendo, sim. Mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe, berrando de pavor para o mundo insano, e que embarcarei sozinho num caixão rumo a sei lá o quê, além do pó. O que ou quem cruzo esses dois portos gelados da solidão é vera viagem: véu de maya, ilusão, passatempo. E exigimos o eterno do perecível, loucos".


Caio Fernando Abreu



. tu es ma came

O meu produto tóxico a minha volúpia suprema
O meu rendez-vous amor e meu abismo
Você floresce o mais doce da minha alma

És o meu tipo de delícia de programa
Eu te aspiro e eu te expiro
Eu te espero como se espera o cesto

Gosto dos teus olhos, dos teus cabelos, do teu aroma
Venha então eu te provo que te engulo
Você é o meu bonito amor o meu anagrama

Você é meu vício
Mais mortal que a heroína afegã
Mais perigoso que a branca colombiana
Você é a minha solução o meu suave problema

A você todos os meus suspiros os meus poemas
Para você todas as minhas orações sob a lua
A você a minha desgraça e a minha fortuna

Quando vai embora é o inferno e as suas chamas
Toda minha vida toda minha pele te reclamam
Diria-se que você vaza nas minhas veias

Sinto-me reaparecer sob o teu encanto
Quero até te vender à alma
Aos teus pés eu jogo as minhas armas
Você é meu vício



[Carla Bruni]

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