segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O doce sabor da infância

Como a saudade que atormenta um grande amor, vem a saudade da infância
É como apreciar uma fruta, uma goiaba que eu comia todas as vezes que ia para a casa da minha vó
não era qualquer goiaba de supermercado, eu ia lá no pé e pegava, também não era só a fruta que atraia, era pela aventura. Subir na goiabeira e fingir ser malabarista contava com muita astúcia minha e de minhas primas. Aquela menina pequena e ranzinza que após um desmaio, sendo diagnosticada como princípio de anorexia, tão magrinha, tomando cobavital retomei a vida. As danças, os cachorrinhos e os bebezinhos eram tão interessantes, a inocência era como uma pluma que voa incansavelmente até achar seu chão, correndo contra o vento pulávamos ondas imaginárias ao acordar. A rede era o moto taxi, a agua da mangueira era o portão de entrada para o melhor clube da cidade, os pedaços de pau de fechar a porta eram nossos filhos prediletos, os bolinhos de chuva com suco de maracujá nosso piquinique. E como num salto eu cresci, esquecendo as bonitezas da infância, a saudade insolente bate a porta ao amanhecer, como uma mulher desnuda que pede por roupas, eu peço a vasta imensidão de lembranças, um espaço maior para a delicadeza de viver a melhor época da vida, a infância.

Nenhum comentário:

Postar um comentário