Ela choramingava sentindo uma dor fina, enquanto ele levantava o zíper da calça e a colocava de volta no banco do carona. E, sussurrando baixinho, ordenou:
- Não conte a ninguém, será um segredo só nosso. E fez uma mágica com uma moeda para acalmar a sobrinha de cinco anos.
Era cedo da noite quando o tio foi buscá-la em casa. Ela esperneava na casa da vizinha, sua mãe estava ausente fazendo os preparativos fúnebres do seu marido infartado.
Ele a colocou em seu uno mille, no caminho parou em frente a casa de sua namorada, bateu mas ninguém atendeu. Chamou-a de puta, entrou no carro, olhou sorrateiramente para as finas, delicadas e cândidas pernas por baixo das curtas saias de criança florescendo no banco ao lado e perguntou
- Você quer aprender a dirigir?
- Sim. Respondeu timidamente a menina.
Ele a colocou em seu colo, passando a mão direita por dentro da saia, a calcinha fina que obstruia a passagem foi logo afastada, e, metendo o dedo em sua novíssima juventude, arrancou-lhe um ruído choroso. Arrancou-lhe também a tranquilidade da infância, a saúde dos pensamentos e um medo atávico das pessoas.
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
In. verossímel
Que noite! O engasgo do choro.. Naquele
hospital com cheiro de feto, entramos no primeiro consultório vazio rasgando
desesperadamente as roupas um do outro para enfim meter e abocanhar qualquer orifício
que coubesse uma língua ou um dedo. Jorrava sangue do nariz, enquanto isso os
pacientes andavam tranquilamente pelos corredores ouvindo os gemidos que se fundiam
ao dos gatos embrenhados nos corredores. A madrugada crescia quando ele
empurrava vagarosamente, ficando-lhe cada vez mais forte com um fiozinho de dor
o pau que entrava e saia em ritmo de uma dança assimétrica. Ao locupletar de
sangue os corpos cavernosos enrijeciam e rosnavam querendo sair. Com um pálido
gemido, os gatos silenciaram, as pernas adormeceram e o leite que não alimenta
abortou a operação “povoar a terra”.
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