Que noite! O engasgo do choro.. Naquele
hospital com cheiro de feto, entramos no primeiro consultório vazio rasgando
desesperadamente as roupas um do outro para enfim meter e abocanhar qualquer orifício
que coubesse uma língua ou um dedo. Jorrava sangue do nariz, enquanto isso os
pacientes andavam tranquilamente pelos corredores ouvindo os gemidos que se fundiam
ao dos gatos embrenhados nos corredores. A madrugada crescia quando ele
empurrava vagarosamente, ficando-lhe cada vez mais forte com um fiozinho de dor
o pau que entrava e saia em ritmo de uma dança assimétrica. Ao locupletar de
sangue os corpos cavernosos enrijeciam e rosnavam querendo sair. Com um pálido
gemido, os gatos silenciaram, as pernas adormeceram e o leite que não alimenta
abortou a operação “povoar a terra”.
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