quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Amor à infância.

     Ela choramingava sentindo uma dor fina, enquanto ele levantava o zíper da calça e a colocava de volta no banco do carona. E, sussurrando baixinho, ordenou:
        - Não conte a ninguém, será um segredo só nosso. E fez uma mágica com uma moeda para acalmar a sobrinha de cinco anos.
     Era cedo da noite quando o tio foi buscá-la em casa. Ela esperneava na casa da vizinha, sua mãe estava ausente fazendo os preparativos fúnebres do seu marido infartado.
     Ele a colocou em seu uno mille, no caminho parou em frente a casa de sua namorada, bateu mas ninguém atendeu. Chamou-a de puta, entrou no carro, olhou sorrateiramente para as finas, delicadas e cândidas pernas por baixo das curtas saias de criança florescendo no banco ao lado e perguntou
     - Você quer aprender a dirigir?
     - Sim. Respondeu timidamente a menina.

     Ele a colocou em seu colo, passando a mão direita por dentro da saia, a calcinha fina que obstruia a passagem foi logo afastada, e, metendo o dedo em sua novíssima juventude, arrancou-lhe um ruído choroso. Arrancou-lhe também a tranquilidade da infância, a saúde dos pensamentos e um medo atávico das pessoas.

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