sábado, 30 de março de 2013

Um drible, na verdade. (ou um drible na verdade)

O conflito entre as duas grandes potencias mundiais. Não, nada de Estados Unidos e União Soviética, me refiro as mulheres e os cartões de crédito. Aos milhares de nomes sujos devido a esse ciclo vicioso de achar que não está gastando, as lindas e loiras mulheres que consomem seus dias nas vitrines. Não sou mulher de cartão de crédito, não tenho nenhum e se tivesse não teria tempo para escrever, pois todos nós temos de descontar nosso tempo a algo que nos enche de prazer, o meu é escrever. Esse é um texto em minha homenagem, aquilo que eu sou quando todos piscaram e perderam algum momento sublime. Algumas pessoas olham para mim e pensam "Lá vai a menina dos seios fartos",ou a que "fala demais", a "irônica". O fato é que o olhar de fora é interessante, um brinde as milhares de descrições que ja ouvi a meu respeito nesse pouco tempo de estadia na terra. Inventei um neologismo engraçado que denomino de "Síndrome de Matusalém". Quem nunca ouviu falar nessa lenda da antiguidade? um dos homens que viveu mais tempo nessa terra, inventei essa devido ao fato de alguns amigos que se consideram velhos demais para isso, velho demais para aquilo, vividos e blá blá blá. Nem minha vó vive repetindo isso pra mim e olha que ela é uma senhora de 82 anos, canso os ouvidos de tanto ouvir "você é nova, ainda tem muito a viver" ou "você ainda pode fazer um milhão de coisas", te juro querer ter paciência para escutar tais sapiências (não era nem pra ter rimado). Confesso que sou impaciente com muita coisa, autoritária, irônica ao extremo, tento controlar meu instinto de fazer da vida uma piada, perco meu tempo com muitas coisas inúteis como a internet, falando besteira, lendo blogs, etc etc etc. Eu sou medíocre, aprendi o significado dessa palavra na oitava série com meu professor de português, aquela pessoa mediana que não ultrapassa as expectativas em nada, não sou um poço de força de vontade, poucas coisas me estimulam a continuar, não sou esportista, não toco nenhum instrumento, não sou estudiosa, me distraio com muita facilidade, amo literatura e filmes, amo a graduação que escolhi, embora esteja em constantes atritos por conta disso. Sou atraída pela dança, comecei a praticar bellydance e não fui persistente. Lembro que desde a infância sempre necessitei de um impulso de terceiros para não desistir, foi assim com a matemática, sempre tive problemas com essa disciplina, me atormentava até a oitava série e eu achava que essa é a pior coisa do mundo, até as preocupações se dividirem entre a química, física e biologia, aí sim a coisa ficou feia. As preocupações só diminuíram quando me inscrevi no vestibular da UEMA em 2008, fui por eliminação: Geografia tem cálculo, Pedagogia tem matemática básica, as outras nem preciso citar, então voi lá, HISTÓRIA. E como uma "cagada" da vida, passei para esse curso, tento lembrar como eu era antes de conhecer a universidade, como meus olhos brilhavam de esperança de um dia ser juíza e nadar em quaquilhões feito Tio Patinhas nos hq's que me encantaram na infância (aprendi em uma cartilha que o único juiz que existe é o de direito, o do futebol chama-se árbitro). Meu sonho de enricar acabou no segundo período quando simplesmente comecei a me apaixonar pela ciência histórica, embora não fosse a acadêmica mais aplicada, a cada texto, a cada livro, a reunião eu ia me entusiasmando, que eu me lembre a universidade foi a única coisa empolgante, na qual eu me dedicava incessantemente. Ia a todas as reuniões, brigava por aquilo que eu achava certo, arranjei muitas inimizades por conta disso (e do meu "gênio", seja lá o que isso for), o fato é que era isso que me dava tesão, passar o dia inteiro na UEMA, conhecendo tudo e a todos, mas isso teve fim, como "no compasso da desilusão", a realidade bateu a porta, como bate para qualquer pessoa, e a primeira realidade foi a da mortalidade, a doença do meu pai, perder minha casa, ter que arranjar um emprego, perder o sentido duas horas da tarde procurando sozinha um lugar para morar, acho que foi a primeira vez que botei os pés no chão, de como as coisas são duras e de os Matusaléns existem por conta dessas vivências, dessas desastrosas tentativas de sobreviver, mais "sobre" do que viver realmente. Sob essas circunstâncias, a vida, o respirar faz uma peneira das pessoas que sobrevivem ao nosso lado e suportam nessas insuportabilidades, ajudam-nos a regozijar de alguns momentos de chuva (para quem tem depressão sazonal é terrible). Como todo temporal tem sua força, as vezes somos empurrados para algumas coisas, nos distanciamos daquilo que é frágil, nos tornamos peças perfeitas no encaixe cômico da vida. Deus, o único que não deixou de povoar um dia minha mente, muitas vezes eu O envergonho com meus pensamentos, minhas falas egoístas, mas pela muita misericórdia dEle consigo manter-me firme sem pensar em pular de qualquer ponte ou banquinho e cair em alguma quina. Nessas circunstâncias eu me acho, aliás, achar é uma palavra nada firme, palavra que me ensinaram a abolir dos meus discursos, seja acadêmicos ou diários, ou é ou não é, o achar é sempre vazio. Nessa oportunidade de ter dedos para escrever agradeço solenemente a quem tem suportado as desventuras de minha companhia, por vezes azeda, por vezes bebendo "agua de chocalho", nunca tímida, sempre impetuosa mas exageradamente sincera.

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