domingo, 5 de junho de 2011

Eu tinha pendurado no varal
dois dedos de prosa e um de poesia
O vento intruso levou a prosa
Ficou a poesia na solidão

Meus murmúrios com as notícias 
foram logo ficando pra dentro
Sim, pra dentro de mim que nada posso falar
Só sempre sentir, como quem engole a brisa pra sentir e leveza
E acaba pesando mais

Meu gigantismo é pura retórica
Fujo das mágoas e das pessoas
Igual diabo foge da cruz
Uma corrida rápida que logo cansa
Durmo feito criança babando  no lençol

Sou menina nas horas vagas
Me embrulho nos dias de frio 
Procuro no semblante de quem me entende
Um sorriso incalculável
Paro logo com essa síndrome de solidão

Saudades do tempo
 em que amor era só mais uma palavra bonita e oca
Hoje nem traduzir e nem falar eu posso
Meu pobre, podre e pútrido coração 
Já não exala canções tão bonitas
Como aquelas que lembram a Bossa Nova

Adorava o requinte com me expressava 
Só pra parecer inteligente
Fuçava os livros, os poemas
Agora todos os autores já me parecem desgastantes
Flores e uma dose 
Preciso e quero te reencontrar

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