quarta-feira, 1 de junho de 2011

Pintei um quadro e nele tava seu rosto, todo riscado de branco

Aqui nessa cidade provinciana,moro eu e meus sonhos
Rastejantes e pujantes sob o sol rajante dessa rima irritante
Cérebro frito, ou seria fritado, pelo dia nosso de cada assalariado.
Meu Durkheim me acompanha debaixo do suvaco soado, quase molhado.
Vou pelas ruas e calçadas assimétricas me entortando em busca de alguma sombra
Encontro nos olhos de alguem na rua os mesmos devaneios que os meus, um tal desconhecido
O endereço é complexo, o  coração imaturo, o desejo inseguro, o labutar exagerado, o perfume acre
Meu ópio não é igreja, não é intelecto, não é cachaça, não é futebol, está ligado naquele olhar fumilnante
Não procuro nada nem ninguém, deixo que tudo e todos me achem, nem precisa telefonar, sei que vou te esbarrar
E perguntarei a qualquer amigo, a qualquer bar, a qualquer vento, em qual pedra você costuma tropeçar
E de repente, tropeças na ribanceira que eu montei, encalha e se afoga nos litros que chorei, mergulha e brinca de tiro ao alvo e acerta a flexa na garganta. Essa fama de espoleta, quebra e geme todo dia, funga no cangote da solidão, parte e se distrai. Meu amor, era so verão, todo esse calor jamais valeria a pena, se não tivesse a sua sombra, decoro teu passo leve e, com luvas especiais consigo tocar  teus desejos mais íntimos. Eu vejo flores em você.

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