sábado, 11 de junho de 2011
S.O.S.
E outra vez minha alma confunde as coisas, e só me diz : - Vai menina, segue tua sina. Hoje o dia foi quente, sozinho e angustiante, dentro dessa casa só vi o vazio. Senti quase um dejavu, exatamente do dia em que fiquei sozinha novamente. Senti um gosto amargo de saudade, e de novo vi na janela aquele passarinho que só vem cantar desilusões. Hoje caio na tentação de acreditar no barulho da tua voz balbuciando qualquer música. É imperfeito, eu sei. A vida toda a gente passa buscando o "ser perfeito", essa busca é onerosa demais, desgastante demais. Achei meu coração esses dias numa caixa empoeirada e lembrei do dia em que guardei la. Deve ter sido um dia quente igual ao de hoje. Essa poeira irrita meu nariz, deve ser a vontade de esquecer e culpar algo ou alguém, essa mania de não se perdoar, não se contentar, essa mania de não querer ser medíocre a ponto de não querer aceitar que a vida é só isso. Trabalho, casa, familia, amigos, namorados, festinhas, um chocolate, um suco pela tarde, um por-do-sol sem sal. O melhor mesmo é segurar as pontas, engolir o choro, fechar os olhos e sentir que o dia cabe em minhas mãos, que todas as decisões importantes sou eu quem tomo, engulo qualquer picuinha com o elegantismo de quem não desdenha das oportunidades de dar e receber um sorriso, mesmo que malicioso. Qualquer flor pode ser interpretada mal, a que eu tenho hoje para dar a alguém é fruto de um sonho desses brutos que a gente tem de viver e se apaixonar até pelo dedinho do pé batido na quina de algum armário, essa precisão de estar sempre sentindo, mesmo que a recíproca não seja verdadeira. Essa pressão que a gente recebe todo dia em não demonstrar o quão humano nos somos e quao suscetíveis estamos a errar é puro niilismo, fingir ser sempre ácido, comprar uma colcha de retalhos e nos cobrir totalmente, deixando apenas os olhos do lado de fora e torcer pra que ninguém descubra onde estão nossas mãos trêmulas, nossos sentidos. Nós sabemos que por tras desse sorriso manchado de lágrima, aguarda um coração sedento por palavras milagrosas de quem só deseja ver a vida de novo brilhando loucamente feito criança ao amanhecer. Ao menos hoje eu confesso, cada verso meu exala um amor constante e uma vontade de acreditar em flores novamente.
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