domingo, 10 de julho de 2011

AS ORIGENS DO CAPITALISMO


O Papel do Campo para o Surgimento do Capitalismo
O artigo intitulado “As Origens Agrárias do Capitalismo” da historiadora Ellen Meiksins Wood, trata de um tema que por vezes fora discutido desde as primeiras convenções acerca do nascimento do capitalismo, principalmente os principais conceitos do final do século XIX até os dias atuais. Com influência das teorias marxistas, a autora pôde à sua ótica interpretar as principais mudanças e lapidá-las segundo sua visão de mundo.
Desde que o capitalismo fora conhecido por esse termo, já existente há muito tempo, porém difundido pela historiografia e economia após o economista Karl Marx utilizá-lo de forma inovadora e dar novos olhares a epistemologia e hermenêutica do termo e alavancado grandes questionamentos. Seus principais pilares seriam três indagações indispensáveis para o entendimento macro do desenvolvimento do sistema capitalista: quando, como e onde o capitalismo surgiu? Essas três respostas geram outras inumeráveis questões que diz respeito aos aspectos subjacentes. Ellen Wood concebe o desenvolvimento do capitalismo ligado intimamente ao campo, sendo mais objetivo, aos campos da Inglaterra.
O poder econômico em grande parte dos países europeus desde o século XVI ao XX esteve ligado à posse de propriedades, que em grande parte significou a posse dos meios de produção. O que colocava muitas pessoas á serviço desses proprietários, como vendedores de sua mão-de-obra, ainda que em pequena escala fora suficiente para produzir excedentes e gerar um superávit capaz de elevar sua renda e aumentar seu patrimônio e concomitantemente subordinar mais proletários a um salário.
Ao contrário do convencionado marxismo vulgar, não necessariamente o capitalismo surgiu na cidade, nas indústrias, nas produções em grande escala, e nem sempre o salário seria necessariamente o dinheiro. Apenas com a difusão da economia monetária é que o dinheiro passou a ser pedra angular da troca de serviços. O período fecundo do capitalismo encontrou condições em espaços em que as pessoas estavam necessitadas de custo-benefício rápido, e os proprietários precisavam de trabalhadores que conduzissem uma produção lucrativa.
A Inglaterra conseguiu reunir novamente suas terras, após o período feudal e concentra-las nas mãos de poucos, desapropriando muitos camponeses e os colocando apenas como arrendatários dessas terras. Os enclosures é um dos grandes exemplos a serem demonstrados para essa subordinação que catalisou à pressão capitalista a venda de mão-de-obra.
Partindo da interpretação histórica de que tudo é lapidado segundo um lugar de fala e uma visão de mundo, Ellen Wood pôde contemplar-nos com uma teoria significativa que nos abriu um novo prisma, para entender melhor esse sistema que nos possui e que temos a aparência de que nos é que o possuímos. Conhecer seu nascimento e reprodução pode nos ajudar a entender e lidar com as atuais conjunturas de nossos países.
O Capitalismo Moderno e a Perspectiva Clássica
A obra do economista clássico Jhon Hobson teve sua importância crucial para o entendimento do capitalismo no século XX. Sua obra denominada “A Origem do Capitalismo Moderno” aborda pontos objetivos das condições essenciais para seu desenvolvimento.
A noção de lucro desencadeada pelos empreendedores torna-se perceptível na transição do século XIX para o XX.Com as condições apresentadas por Hobson, como a existência da classe trabalhadora bem como suas necessidades, mercados grandes e acessíveis, e a capacidade desencadeada de aplicar seu excedente a produção de mais renda, dá tônica as produções ligadas diretamente ao lucro sem medidas.
A geração de necessidades de uma população dará impulso para as produções, ficando não apenas a alimentação e vestuário como principal mercadoria. Essas necessidades introduzem novos produtos e novas possibilidades de riqueza aos proprietários dos meios de produção. Essas necessidades são apresentadas essencialmente após o período feudal, sendo assim, os aspectos aqui apresentadas são transitórios e, portanto considerados modernos.
Outro aspecto apresentado pelo autor diz respeito à renda. Aquilo que excede o necessário para seu sustento vai servir de poder aquisitivo para comprar aquilo que lhe foi atribuído como primeira necessidade. Os novos hábitos das sociedades modernas foram importantes para a consolidação do mercado.
Os melhoramentos das produções, possibilitou um tempo reduzido e novas técnicas para qualificação dos produtos, assim as possibilidades de mercado foram surpreendentemente se expandindo, encontrando em outros países seu mercado consumidor.
Os fatores naturais e conjunturais de cada país fez com que o capitalismo se desenvolvesse mais ou menos rápido, essas foram condições sine qua non encontradas  na Inglaterra, sendo ela a grande mãe do capitalismo, que se expandiu para o resto do mundo.

REFERÊNCIAS
1.      WOOD, Ellen Meiksins. As Origens Agrárias do Capitalismo. Montly Review.Vol. 50,p.4-22,1998.
2.      HOBSON, Jhon.A Origem do Capitalismo Moderno.

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