sexta-feira, 22 de julho de 2011

Para todos os meus (des) amores

É tão inverossímil e por vezes humilhante
procurando nos rascunhos da mente
tudo o que se foi, resgatar os redemoinhos que a vida dá
e tudo parecer uma ferida aberta que não sara
uma diabetes amorosa
aos meus (des)amores
hoje me peguei pensando na maior parte deles
e como é inacreditável que a saudade faça tantos estragos
Não das pessoas em si, mas das situações
amar é tão clichê e tão despretensioso
Meus rancores se foram, minhas tristezas também, minhas mágoas também
Fica só o gosto de que a vida não é, ela simplesmente acontece
sem planos ou suposições
e esperar demais das pessoas, cansa
Ah, meus amores, esse mundo pós-tudo
pos-guerra, pos-moderno, pos-revoluções, pos-amor,pos-esperança
nos deixa tão saturados de tudo
A literatura já não tem mais o seu significado, a música muito menos
queria eu poder enviar cartas intimas a cada um dizendo o quanto aprendi com cada pessoa
seria por extensa demais e terminaria meus dias a escrever
Tenho lido tanto, vivido tanto, chorado tanto, perdido tanto, ganhado tanto que mal acredito ter a idade que tenho
Mal acredito ter revelado tantos segredos, ter feito do coração de muitos meu abrigo
Quão egoístas somos ao procurar a felicidade, em cada instante viver pensando e sempre querendo mais
Quanta gana, quantas vezes sugamos ao máximo dos outros em prol de nosso próprio bem-estar
O tempo passa rapidamente, mas o suficiente pra rasgar minhas lembranças e destroçar minhas lamentações
Permanece agora toda a minha memória que não me deixa apagar os simples passos que a saudade deixa ao brotar a solidão diária.

Um comentário:

  1. O amor é egoísta (sim, sim, sim...);
    A saudade é cretina (sim, sim sim...);

    Queremos sempre mais...esperamos muito mais,
    E sugamos demais, dos outros.
    Acho que esse é um dos nossos maiores erros, ou pecados, esperar dos outros mais do que eles podem esperar de nós?!

    Só sei que por mais que a gnt tente e se esforce pra se soltar de certas amarras, vivemos eternamente sós...laçados em dois nós!

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