quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Entrevistando & Gerudiando (por Fanzine "Cacofonia") entrevista cedida gentilmente


J= JAIRO
E= ENTREVISTADORA
M.J.= MAE DO JAIRO
Na cidade pseudo-universitária Imperatriz, me deu a louca idéia de entrevistar um jornalista perdido denominado Jairo Moraes, vulgo Gonzo Sade, mas o que perguntar a esse demente? Claro, música, e porque não sobre o Punk rock, coisa que ele tanto nos obriga escutar no Mustang’s Drinks.
Ligo no celular e ele não atende, então resolvo ligar no fixo:
Quarta – 13:30
Trimmmmmm (clássica onomatopéia de toque de telefone)
M.J: Alô
E: Boa tarde, o Jairo se encontra?
M.J.:  Deve ter ido comprar cigarro. Ele saiu sem camisa... já ta chegando, peraí... Jaaaairo telefone...
J: Quem diabo é?
E: Oi Jairo, posso te fazer umas perguntas pra colocar na nossa revista semanal?
J: Que revista é essa? E é sobre quê mermo, essa parada?
E: Sobre punk-rock.
J: Hum, massa.  É minha escola. Mas, peraí. Deixei uma água no fogo pra pelar uns pé de porco. Segura aí na linha...
(20 minutos depois)
J: Hein, ainda ta aí ?
E: Sim, posso começar ?
J: Sim.
E: Quando o punk rock começou a influenciar em sua vida?
J: Rapá, eu sou um gonzo aposentado, tenho 29 anos, foi nas antigas mesmo, sou dos tempos das gangues aqui na cidade, teve uma época que o povo aqui era tudo doido, agora são tudo uns pau na brexa . Sex pistols faz o ritual inicial de todo punk, depois vem The Stranglers, The Damned, isso tudo é da década de 70, aí no Brasil vem uns cara muito massa , Os Replicantes,  uma de minhas maiores influências, mas também conheci umas parada como Pupilas Dilatadas e Espermogramix. Mas, o começo foi quando ouvi Ramones. Sim, já falei demais, que mais tu quer? É que eu tenho que ir pra CÚFMA.
E: E... e como é viver nessa contra-cultura com tantas diversidades musicais na cidade?
J: É uma merda, aqui os boyzin so quer saber de ... peraí rapá, que o cigarro acabou e , sem cigarro fica difícil de mexer...
(mais 10 minutos)
J: (pigarreando) sim, voltando, tava falando de como é viver aqui, eu mesmo adquiro as parada, e boto pra rolar nos boteco. Lá no mustas mesmo, boto o que eu quero, quem num gostar que se foda. Agoooora é que ta melhor que to fazendo um som junto com uns cara aí, uns amigos aqui que também curte as mesmas coisas, a gente tem uma banda,  os ensaios são meio danificados pelo álcool mas dá pra tirar um som massa e tem uma galera que também curte... Faz, logo, outra pergunta aí, que eu to atrasado.
E:  E quais suas expectativas como futuro jornalista da cidade? Como você pretende fazer algo diferente e mostrar  pra essa galera nova que ta saindo da universidade uma diferença que eles podem fazer na mídia?
J:  Nenhuma, como eu já disse, essa cidade é uma merda. Jornalismo não existe nessa província.  Não pretendo fazer porra nenhuma pra esses pelegos  que só quer saber de agro-sertanejo mela-cueca e globo repórter, vou cuidar da minha vida, inclusive o cigarro acabou de novo, tem mais alguma pergunta ou posso ir lá comprar mais?
E: Para concluir a entrevista, você quer deixar alguma mensagem, qualquer coisa que queira dizer?
J: Porra nenhuma. O que tenho pra dizer tá dito no lapada no pâncreas que tem um monte de devaneios meus por lá,  e por favor deixa eu ir logo comprar o cigarro e faz dia que era pra eu ta na CÚFMA.  Heein, mas qual é teu  nome mesmo?
E: Tú-tú-tú

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