quarta-feira, 27 de abril de 2011

Pornografia não me consola
Já vivo tão distante, pela tv, internet, acesso imediato que o contato agora é de terceiro e quarto grau
Não coleciono artefatos fálicosa, inertes.
Minha sede já nem é sexual, é humana.

Mundo afastado, mundo vázio
Preocupações com o cheque devolvido e meu avô morreu ao meu lado.
O que vou comer amanha, é fígado humano, do vizinho que jogou lixo na minha calçada.
Meu salário atrasou e a empregada não veio, o que vai ser de mim?

Pobre, maldita, vaca,
Comemos defunto todos os dias e vamos falar de amor
Pura filosofia de para-choque
Corpo poluído
Coitadinha, morreu tão nova
Infarto do miocárdio, câncer, derrame
Era uma pessoa tão boa

Poluição, sonora, visual, sexual, intelectual
Arrotamos cultura e dinheiro sujo todos os dias
Ainda somos os porcos civilizados que inventou tantas máquinas.
Come dinheiro todo dia, e vende arroz.


Aids, H1N1, seborréia, gonorréia, sífilis, tripanossoma cruzi
Meu corpo tá livre disso, só como frutinha, frutinha mesmo.
Cores e diamantes, de amantes.
Eita vida superflua.

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