quarta-feira, 6 de abril de 2011

Te encontrei em Budapeste, numa rua escura, todo enferrujado, dizendo que experimentou de tudo e que tinha gostado, só não entendi porque pedia pra voltar, se era tão bom, você dizia que ainda sentia saudades do calor, e eu te disse que apesar do sol, eu to chovendo, tô um gelo, que era melhor ficar ali no vazio, que eu não ia mais te acolher, que toda vez que te dei espaço você me expulsou de casa e ficou com o quente da cama, agora te acho aqui em Budapeste, sozinho, fumando seu último cigarro, tentando entrar em coma, tentando se alucinar e eu não ia coadunar com isso. Se fosse pra morrer que fosse sozinho, não te dou mais meu colo, não divido mais nada com você. De que vale toda aquela sinceridade? Pra ficar divivindo segredinhos? Eu achei que servisse pra quando um quisesse liberdade, quisesse contar algo, livre, libertino e cruel, eu fosse a primeira a saber. Mas você pegou suas malas e viajou, sumiu. Agora te lembro baby, você me tirou minhas últimas gotas de bondade. Serei a pessoa mais escrota que você já conheceu, te farei esquentar o sangue de raiva, te farei regredir, se viciar, e depois... depois você vai querer a passagem de volta, e a passagem tá cara.

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