terça-feira, 5 de abril de 2011

Sei que já postei isso aqui, mas vale a pela lembrar...

E embora você seja o percalço, o solavanco, o sobressalto,
o gênio forte, amarei eternamente a paz de sua presença amiga,
sua fidelidade, seu diálogo curto, sua fala sem vícios,
seu jeito bucólico de enxegar a vida, seu cinismo de dizer meias verdades... 
e sua fúria própria, indomável, marmorizada, de me amar sem limites.
Por isso, passa o tempo, rompem-se alvoradas... esvai-se 
o nosso fiapo de vida... caem as estrelas... crescem as crianças...
arcam os caniços... vão e voltam as estações com as flores... 
Morrem umas, nascem outras com outras nuanças...
E aqui dentro, igualmente, a verossimilhança que denuncia
o brilho dos teus olhos ocultos, você não passa.
Você não sara. Você não finda. Você não seca.

Você não cessa.
Você não morre.

Vera Fornaciari

Um comentário:

  1. Tem ritmo, velocidade...consistência (e procedência?). Ou apenas verossímil...?!
    Tamanha empatia me vez sentir borboletas no estômago...adorei! Beijossss.

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