segunda-feira, 27 de maio de 2013

A eterna fase fálica

Ele amava festas, ficava eufórico quando seus amigos boêmios o convidava para orgias musicais. Era considerado o ébrio da festa, um perfeito bon vivant. Sua esposa sempre lhe cortava o tesão quando lhe dizia que era preciso ter regras, trabalhar e viver moderadamente. Ele dava com os ombros e saia para beber rigorosamente as 18:30. Certa tarde ele foi convidado para uma intrigante festa à fantasia em que não podia levar acompanhante, ele sabia que compraria briga com a mulher mas ela logo o perdoaria. Comprou uma fantasia de vagalume e encaixou uma lanterna entre a fantasia e a bunda. Saiu de casa escondido, colocou a fantasia em uma sacola, foi ao shopping e se trocou, chegando na festa começou a beber e dançar, lá pelas tantas da madrugada, já cansado resolveu sentar de uma só vez, e a lanterna alavancou-lhe uma socada no rabo que ele caiu no chão chorando de dor, suas pregas abriam e fechavam como se chorasse junto. O levaram para o pronto-socorro, lá teve de fazer uma micro-cirurgia para a retirada da lanterna, voltou para a casa envergonhado, não precisou nem pedir desculpas à esposa pois a desgraçada ria freneticamente. Foi notícia na cidade, passou até no jornal local, virou motivo de chacota, após meses ainda se ria do ocorrido. Em um domingo faltou energia e por ironia sua esposa logo achou uma lanterna, e pôs-se a rir sozinha, ele relutou mas riu também, e até pensou que há uma linha tênue entre a dor e o prazer.

(Baseado em uma historia contada no Programa do Ratinho há uns 10 anos)

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