Lembro da emoção ao assistir Meia-noite em Paris de Wood Allen, é um lindo filme com clássicos artistas da tão aclamada Europa, com um rico legado de artes plásticas, literatura, filmes, entre outros. Um clássico atrás do outro, exaltando a beleza de cada época com um saudosismo extremo que até embarca o ator principal em uma impressionante viagem à época de cada um dos artistas apresentados. Agora a realidade, os filmes de Wood Allen entre outros cineastas apresentam uma Europa exuberante, rica, fiel a sua cultura e extremamente ligada aos valores eurocêntricos. E as devastações que ocorreram? Partir da realidade dos artistas ou partir da realidade de "normais" que sofreram com as duas Grandes Guerras (fora as outras guerras consideradas 'menores'). São bons filmes para chafurdar em uma saudade intelectual(lóide), mas temos ótimos filmes pra quem gosta de um choque de realidade não menos intelectual (pra quem insiste nesse discurso) como Ladrões de Bicicletas de Vittorio de Sica, que retrata as devastações na Itália pós-guerra, Asas do Desejo de Win Wenders e as inquietações e frustrações em Berlim. Canção da Primavera, que também representa a vida pós-guerra na Iugoslávia e a falência dos regimes socialistas. É obvio que cada cineasta traz em seus filmes as representações que bem entender e é tudo uma questão de gosto.Agora o feedback negativo: o próprio Wood Allen remete também ao filme O declínio do Império Americano de Denys Arcand que faz uma crítica muito engraçada a respeito de quase tudo, desde os diálogos intelectuais psicanalistas de um ciclo vicioso pan-sexualista freudiano no qual a maioria dos acadêmicos da área de humanas e sociais se prendem até os rituais sexuais da raça humana para barganhar o coito tendo de se valer de todo pedantismo de leituras desconhecidas ou de filmes aclamados não-americanizados. É bom se deliciar com bons filmes, mas ninguém é obrigado a ter um choque orgasmático com um filme de Godard por exemplo, assisti Viver a vida e nem por isso tive um surto de inspiração estilo maio de 1968, talvez não tenha lido o suficiente sobre, mas tem filmes que você não precisa ler resenhas para entender. Inspirações, inspirações, inspirações. Apenas uma mentecapta falando de filmes.
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